Uma Carta Para Ti

Uma Carta Para Ti

Um corredor.

Umas escadas.

O céu.

O Sol, a Lua e as Estrelas.

Uma luz branca.

Uma luz quente.

Um abraço.

Não me perguntes como, mas sei que é isto que irás encontrar quando fores embora.

Talvez tenhas sido tu quem mo mostrou.

Talvez tenha sido qualquer outra coisa.

Ou ser.

Ou força.

Mas foi bom.

Foi muito bom.

Não sei para onde vais.

Mas se quiseres ir, vai.

Eu não quero que vás, mas amar alguém é também deixar partir.

E sei que vais ficar bem porque tu acreditavas nisso.

Por isso…

Vai.

Sei que lutaste, como sempre lutaste.

Sei que tentaste, como sempre tentaste.

Sei que deste o teu máximo, como sempre deste.

Sei também que não queres que soframos.

Mas é inevitável.

Espalhaste alegria com as tuas palavras.

Espalhaste magia com as tuas gargalhadas.

Espalhaste esperança com o teu sorriso.

Aquela última mensagem vai ficar.

Aquela última pulseira irá manter-se até ao fim.

Aquelas últimas palavras vão continuar.

(eu sei que não vais faltar)

Aquele teu último desejo que me pediste para realizar, irá acontecer.

Não agora, porque quero que seja perfeito.

Mas irei realizá-lo, em troca de tudo aquilo que me deste.

Prometo.

Deste-me amor.

Deste-me coragem.

Deste-me força.

Deste-me as armas e ensinaste-me a usá-las.

Por isso, se continuar a lutar para seguir em frente,

A culpa será só tua.

Aquela tua pessoa vai permanecer dentro do meu coração e dentro do de todos nós.

Porque foste tu quem nos tornou naquilo que somos hoje.

Que nos transformou para melhor.

Porque foste a melhor amiga que alguém poderia ter.

Nunca te esquecerei.

Até breve.

Um último beijinho,

Juanitha

“a tola apaixonada”

Passaram-se 7 meses..

Dá para acreditar?

Parece que foi ontem que te conheci, que te sorri pela primeira vez, que te falei pela primeira vez. Parece que foi ontem que nos rimos juntas pela primeira vez das brincadeiras infantis e (na altura) insignificantes que partilhávamos pela primeira vez.

Foram três os anos que passámos, cada dia como se fosse o primeiro. Custa acreditar que esse primeiro dia que vivíamos todos os dias viesse a ser o último cedo demais.

Tudo aquilo que fazíamos juntas e que não fazemos mais, não porque não queiramos, mas porque não podemos.

Continuo a partilhar esses bons momentos com quem me rodeia. Era o que tu farias no meu lugar, tenho a certeza. E talvez por isso te sinta comigo em cada gesto de realizo, em cada palavra que profiro, em cada nota que canto como tu tanto gostavas de ouvir.

Num comentário que recebi num post anterior, dizia-se que o nome do blog, Cidade do Vento, era, por si só, poético, mas, na verdade, é algo mais do que isso. É muito mais do que isso. É o meu verdadeiro objectivo. É para lá que caminho, é o meu futuro desconhecido que gostaria de ter percorrido com aquela pessoa que me era tão querida.

Peço desculpa por todos os erros que cometi contigo, mas há uma coisa que eu não lamento: ter voltado atrás, contra a vontade de todos os que nos rodeavam, para abraçar-te uma última vez e retribuir-te, finalmente, aquele "amo-te" que me dizias todos os dias e ao qual eu reagia com uma indiferença que agora me revolta profundamente.

Talvez porque passaste pela minha vida é que agora dou tanto valor àquelas pessoas que me rodeiam e me abraçam.

Estás em cada uma delas.

Estás em mim.